A Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer selecionou como tema da campanha Preciso Viver 2021: “O tratamento Não Pode Parar”. Diante da situação sanitária mundial e do agravamento da pandemia da Covid-19, assistimos, desde o ano de 2020, a elevação da piora acentuada da saúde dos pacientes oncológicos, suspensão dos tratamentos adequados, além do grande número de pessoas que estão com câncer em estágio inicial e não estão sendo diagnosticados.
Segundo um estudo realizado pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, o impacto da pandemia em pacientes com câncer é alarmante. “No mundo todo, incluindo o Brasil, mais de 52% dos pacientes atrasaram cirurgias ou tratamentos como quimioterapia e radioterapia; 77,5% interromperam os cuidados; e muitas pessoas descobriram com atraso ou ainda nem sabem que tem câncer: a queda de novos diagnósticos foi de 77%. O oncologista do Sírio-Libanês e consultor da OMS Felipe Roitberg salienta que a telemedicina, o rastreio de pacientes em tratamento e o controle de fluxo nos hospitais são boas soluções neste momento” (Fonte)
Não podemos dissociar os resultados destes estudos da polêmica da inserção dos pacientes oncológicos brasileiros no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19. Médicos brasileiros defendem que grupo deveria ser prioritário na fila da vacinação, sem restrições.
“Um novo estudo brasileiro mostra que os pacientes oncológicos com Covid-19 têm taxa de mortalidade de 16,7%, seis vezes mais que o índice global, de 2,4%. A pesquisa fortalece o argumento de especialistas da área, defensores de que as pessoas com câncer sejam prioritárias na vacinação.
A pesquisa, publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO), foi conduzida por médicos do grupo Oncoclínicas, que identificaram e acompanharam 198 pacientes oncológicos que desenvolveram Covid-19 entre março e julho de 2020. Destes, 33 morreram. Dentro do grupo de pacientes oncológicos, fatores aumentaram o risco de um mau prognóstico: pacientes idosos tinham maior chance de mortalidade por Covid-19, assim como aqueles com comorbidades anteriores e histórico de tabagismo.
A maior taxa de mortalidade foi encontrada em pacientes com neoplasias do trato respiratório (43,8%), principalmente câncer de pulmão metastático, e tumores hematológicos, como linfomas e leucemia. Mas, de forma geral, segundo o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, o pior prognóstico está relacionado à fase da doença em que o paciente se encontra, com maior risco para quem tem câncer ativo, progressivo ou metastático.”
As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil conta com mais de 1,5 milhão de pessoas que dependem de tratamento oncológico, número que tende a aumentar, de acordo com a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de novos 625 mil diagnósticos para 2021.
Desta forma é fundamental a elaboração de estratégias e mecanismos que possibilitem a mitigação dos danos já existentes, bem como soluções que possam evitar as previsões catastróficas divulgadas pelas autoridades sanitárias mundiais.
A Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer possui afiliadas em 22 estados do Brasil, sendo a Rede de Minas Gerais representada pela ASCOMCER, e possui como meta “atuar na promoção da saúde, por meio de campanhas de combate ao câncer, apoio à assistência ao paciente oncológico, e na gestão do voluntariado”.
Comments